Foi uma vez

06-05-2017

   Ha meu amor, era só uma suposição. Só uma hipótese, um futuro, mas, hipoteticamente.

   Era o "Era uma vez" sem certeza do "E viveram felizes para sempre".

   Era apenas um pensamento, criado pelas tuas malditas palavras mal ditas.

   Era apenas o que não foi. O que não será nunca mais, contigo.

  De um caminho, viraste mais um tropeço. Onde eu tropecei, mas não caí. E continuei o meu caminho tal e qual como antes.

  Com os mesmos sonhos na cabeça, ou até mais.

  Determinada a ser sempre a minha melhor versão, a construir as minhas riquezas, o meu "castelo".

  Ambicionando, tudo aquilo que ambicionava, antes e durante a tua estadia.

  Eras tu a única parte errada desta equação, por isso o resultado dava sempre errado.

  Caminhávamos para resultados opostos, mesmo dizendo querer os mesmos. Mas matematicamente há um infinito de algarismos para cada um de nós.

  O amor é mesmo assim uma troca de números na nossa equação, até chegar ao resultado certo.

  Felizmente, serei uma mulher realizada e feliz, mesmo que a minha equação tenha falta de um algarismo e o seu resultado seja nulo.

  As mulheres de génio forte têm essa particularidade, sabem caminhar sozinhas, não olham para trás, não lembram o passado com pesar. Vivem para elas próprias, para os seus objectivos, seguras de si, das suas opiniões e inteligência. Tropeçam! Mas não caiem. Limpam a poeira do sapato, respiram fundo, ajeitam o cabelo, e seguem caminho.

  Às vezes, só às vezes, elas ainda largam um subtil sorriso para o pequeno tropeço, que as fez parar no caminho. Outras, apenas seguem em frente, para não perder mais tempo na viagem. Essa viagem, meu amor, que é tão grande para eu perder tempo a olhar para o estrago que deixaste.


  Tão grande para eu ficar a espera, de um homem que ainda nem se fez.

 Para esperar, que o meu valor seja notado, quando para à frente, há todo um caminho, repleto de tudo aquilo que ainda não me magoou.

 Repleto dos meus sonhos, das minhas vontades, da minha gargalhada, do meu olhar feliz, um caminho repleto de mim.

 Sem espaço, nem tempo para olhar para trás. Para as abertas que fizeste nesta parte da minha estrada, com as tuas palavras vazias. Sem tempo para lamentar todas as tuas falhas, todas as tuas ausências intencionais. Sem espaço no meu peito para me recordar de ti, ou das mágoas que causaste.

 Estarei ocupada a viver tudo aquilo que largas-te.

 Estarei ocupada a viver, porque, meu amor, como tu sabes, eu nunca fui mulher de estar estagnada, a espera de quem não vem, de quem não me agarra.

 Sou tão mais que esse poço de incertezas...

 Por isso, ficas aqui! Ao pé das tuas ruínas, que eu tenho muito que andar, que recuperar, que sorrir... Que amar.

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